Introdução
INTRODUÇÃO
A genealogia, através da construção da árvore genealógica deve representar a
ancestralidade de uma família. Antes de tudo ela tem que apresentar as provas
de existência de seus iniciantes de forma documental, evitando -se
invencionices. Essas provas compõem o alicerce cientifico fundamentais à
concepção do estudo genealógico e a fidedignidade das informações.
Por dez longos anos procuramos evidencias do passado do Coronel Vicente
Férrer de Araújo Lima. Quem seriam seus pais? E seus irmãos? De onde surgiu
seu patrimônio? Qual o motivo da adoção do nome Férrer (com acento)? Foi
ele responsável pelo inicio dessa família?
Quanto a sua esposa Maria Teixeira Férrer, está muito clara, como explica
Dimas Macêdo, no capitulo sobre a origem da família. Com relação ao Coronel
Vicente Férrer, tínhamos apenas especulações e suposições. Muito se pesquisou.
Nos arquivos da Igreja, nos cartórios em Lavras, bem como através de pesquisas
diretas aos familiares mais idosos, ainda vivos. Nada conseguimos.
Em 2013, mais pesquisas realizadas e fomos presenteados por Rejane Monteiro
Augusto Gonçalves com as provas tão esperadas.
Essa estudiosa conseguiu o inventario da mãe do Coronel Vicente, Dona Anna
da Luz do Sacramento, contendo todos os dados d a irmandade e origem dos
bens da família e, o inventario do próprio Coronel Vicente Férrer e seu atestado
de óbito, com resultados no texto escrito pela própria pesquisadora
incorporado a este documento seguido da apresentação destas provas na forma
original que permitira a todos visualizarem como se dava tais procedimentos
legais e a forma de registro. Alem do que muitas informações são esclarecedoras
com referencia a nomes, escritas e datas. Como exemplo, citamos os nomes de
todos os herdeiros que são em alguns casos diferentes do que nos acostumamos.
O que difere o nosso trabalho dos outros é a conjunção de estudos científicos,
seguindo os padrões técnicos, com a formação de uma memória individual e
coletiva, que possibilitara estudos mais aprofundados sobre dispersão, analises
sociológicas e antropológicas, dessa família. É importante ressaltar que o
Coronel Vicente Férrer e sua esposa Maria Teixeira Férrer (Mariinha)
compõem o referencial que da inicio a formação da família Férrer de Lavras da
mangabeira.
A concepção desse trabalho é a realização de um sonho, que agradeço de forma
humilde a esses grandes intelectuais, Dr. Dimas Macêdo, Dr. Eduardo Augusto
e Dr. Rejane Augusto, sem a cooperação dos quais não seria possível
concretizar. Merecem o agradecimento de todos os descendentes.
Apesar de ser o mais novo neto do Coronel Raimundo Augusto Lima e Cyra
Férrer Augusto Lima, tive o privilegio de conhecer parte significativa dos filhos
do casal fundador, o que me fez trazer na memória aspectos comuns destes
filhos, entre ele, a religiosidade, a coragem e o espírito de alegria. Minha mãe
sempre amou seus tios e sempre me fala da bondade e carinho de minha avó
Cyra. Conheci o padre Sandoval e a Madrinha Soubê em Cajazeiras, na Paraíba,
quando este era vigário d a cidade, e depois em Lavras, já idoso. Era sempre uma
alegria quando minha mãe os encontrava.
Tio Teixeira (Osvaldo) e madrinha Augusta na famosa residência da rua
Antônio Augusto, construída por ele, é inesquecível. Ele sempre sorrindo e ela
nos recebendo com bolo de milho e arroz doce. Diariamente tia Augusta
freqüentava a Igreja de Cristo Rei e passava em nossa casa para conversar com
minha mãe.
Em 1969, fui de trem passar férias em Lavras, aquela viagem maravilhosa, longa,
barulhenta, mas que todos se lembram com satisfação. Pois bem, tio Dory
mandou fazer cajá com leite para que eu experimentasse. Adorei “cajazada” e
tomei vários copos. Ele ria muito do meu jeito de criança e me prometeu
remeter algumas cajás para Fortaleza. Vejam só, um dia fui surpr eendido por
uma encomenda de uma saca de cajá e um tijolo de leite que somente tia Necita
sabia como fazer. Era muita consideração com uma criança.
Tia Senhara (Anna) com sua calma e silencio nos dava uma sensação de
santidade, adorava quando ela vinha pas sar os fins de semana lá em casa, alias,
conheci, também tio José Lindolfo.
A irmã (Aurélia), tia Ledy, conversava pouco comigo, mais adorava conversar
com meu irmão Antônio, estavam sempre com livros nas mãos, eu ficava a
observar. Hoje sei que se tratava a assuntos ligados a literatura, política e com
certeza Lavras da Mangabeira.
Tio Lêla, conheci em Lavras, já idoso e casado em segundas núpcias com tia
Maria. Nunca esqueci as historias sobre suas viagens a Jaguaretama, montado
no seu famoso burro “brios o”. Tia Cely era muito alegre e adorava estar com ela
na casa de Tia Maria Banhos na Ildefonso Albano.
Lembro de tio Ferrim na casa de tio Dory, sempre calado. Os que não conheci
pessoalmente, aprendi a apreciar pelas histórias contadas por minha mãe.
Cada um de nós, com certeza, poderia citar uma infinidade de histórias sobre a
convivência harmoniosa dos nossos antepassados, e que vem se mantendo nas
novas gerações.
Na verdade, somos uma família unida, partindo do referencial de “Papai
Vicente” e “Mãe Mariinha”, até hoje. Unida e agora reunida neste livro.
O passado limpo e feliz de nossos antepassados, o presente fecundo dessa
geração, repercutirá no sucesso das futuras gerações, que nos orgulha. Podemos
afirmar, que o Coronel Vicente Férrer e Dona Mariinha Férrer tiveram 16
filhos, 65 netos, 225 bisnetos, 370 trinetos e 163 quadrinetos e 1 pentaneto.
Todos com caminhos bem traçados e quase a totalidade com formação superior espalhados
nos quatro continentes. São formados em diferentes áreas:
Ciências Contábeis 19,Professor 20, Direito 58, Administração 49, Psicologia 11,
Eng.Eletricista 6, Fisioterapeuta 13, Estudante 131, História 7, Ciências da Computação 4,
Letras 10, Designer 3, Dentista 17, Eng. Civil 8, Bibliotecário 1, Médico 32,
Economia 8, Comunicação Social 3, Gestão Ambiental 1, Farmácia 11, Eng.Mecânico 4,
Eng.Agrônomo 13, Processamento de Dados 1, Téc. Químico Industrial 1, Serviço Social 4,
Filosofia 2, Pedagogia 23, Educação Física 1, Teologia 1, Segurança do Trabalho 1,
Mecânica Industrial 1, Eng.de Redes 2, Eng. de Computação 1, Secretário Executivo 1,
Analista de Sistema 2, Biologia 5, Arquitetura 2, Jornalismo 5, Telecomunicação 1,
Bioquímico 3, Geologia 1, Tec. Agrícola 8, Nutrição 2, Músico 2, Geografia 4, Mecatrônica 1,
Médico Veterinário 2, Enfermagem 11, Turismo 2, Estatística 1 e Sociologia 1.
Somos muitos e seremos muito mais e com certeza não perderemos a
identidade de nossa família, resumida sua sensibilidade, na religiosidade, na
formação intelectual como fomento de ascensão social e por ultimo na alegria
em nos reunirmos.
Que fique o registro para as futuras gerações. Um pouco do passado, o amor a
nossa terra, Lavras da Mangabeira, e que nunca devemos esquecer que dentro
de cada um de nós existe um registro, que não deixa de ser uma “Lembrança”
da Fazenda Cachoeirinha, onde tudo começou.
Vicente Férrer Augusto Gonçalves.