Apresentação – A Família Férrer de Lavras da Mangabeira

Apresentação – A Família Férrer de Lavras da Mangabeira do Ceará.

O município de Lavras da Mangabeira –  CE e o seu distrito sede, têm histórico bem conhecido. Berço de renomados intelectuais que contaram seu agitado passado, como Joaquim Lobo Macêdo (Joaryvar Macêdo), Rejane Monteiro Augusto Gonçalves e Dimas Macêdo, entre os maiores. Mereceu estudos genealógicos destacados sobre a família fundadora – Os Augustos – e livro dedicado a lembrar Lavrenses os Ilustres. Numa terra onde os valores da cultura são poucos expressivos, isto serve de alento para que se mantenham acesas as luzes do saber!

                Agora, fui procurado pelo primo e amigo Vicente Férrer Augusto Gonçalves, para apresentar este livro sobre as raízes e crescimento da família Férrer, de Lavras da Mangabeira, tendo como casal fundador o Coronel Vicente Férrer d’Araujo Lima e Mariinha Teixeira Férrer, da fazenda cachoeira, portanto na ambiência rural. Certamente não sou o mais indicado para cumprir a missão, por morar distante do Ceará, ter vivido apenas a infância em Lavras da Mangabeira e ser profissional no campo das Ciências Biológicas. Aqui valeu mais a amizade do que a pura competência.

                Depois de longa e analítica leitura sobre os descendentes do referido casal, procurarei salientar aspectos marcantes da trajetória familiar em tela.

De inicio, surpreende a fecundidade do clã, com casais gerando proles acima de 10 filhos, isto, entre os mais velhos. Depois,é visível o controle da natalidade, à medida que o tempo corre e os descendentes passam a viver em outras terras. Mesmo assim, é muita gente!

                A conseqüência direta foi a forte expansão geográfica, como fuga das precárias e poucas opções de trabalho e ascensão social no chão de nascimento. Não havia e ainda não existe capacidade de absorção dos jovens chegados em cada geração.

                A migração em busca do que fazer na vida, impõe capacitação profissional, através da educação, o que se comprova com o desenrolar do tempo. Os membros do clã procuraram melhorias de vida, principalmente no Cariri cearense, em Fortaleza, no Rio de Janeiro e por ultimo em Brasília.

                Munidos de novos conhecimentos, passaram a disputar espaços de trabalho, com prevalência no serviço público, tanto por concursos, por qualificação profissional e influencia familiar. Assim, assumiu o papel

preponderante de se ocupar em empregos de governo. A chave para o progresso social foi a educação mas, com isto, vão perdendo suas raízes telúricas.

                Tem gente espalhada pela metade do mundo, ocupando-se, de preferência, com afazeres do ensino fundamental. Vale aqui destacar o papel de valor maior desempenhado pelo Colégio Agrícola Professor Gustavo Augusto Lima, formando jovens e abrigando adultos como professores. Sem duvida, este estabelecimento de ensino é o melhor equipamento para o progresso de Lavras da Mangabeira.

                Observo que, nosanos mais recentes, é grande o número de casais desfeitos por divórcio ou simples separação, resultado dos avançados direitos da mulher, a partir da segunda metade do século XX.

                Não vou nominar pessoas de proeminência do clã, com medo de omissões indesejadas. São muitos os que ultrapassaram os limites geográficos do Ceará e/ou tem elevado saber especializado.

                Por fim, um viés bem saliente tem sido a da política, normalmente desenvolvida em coligação com a família Augusto, que se tem caracterizado pelo uso do poder local.

                Em resumo: o clã vem cumprindo etapas com as fases rural, intermediária e urbana. As velhas casas do sertão foram substituídas por casas e apartamentos do asfalto!

                Parabéns, meu caro primo amigo, autor desta genealogia, pelo trabalho feito com amor e muito esforço.

Fortaleza – CE, fevereiro de 2014

Melquíades Pinto Paiva